terça-feira, 17 de setembro de 2013

Carnaval em Veneza


           Quem não tem Olinda, vai pra Veneza!
       Quem conhece o Carnaval de Olinda sabe que ele não tem parâmetro ;) Somos pernambucanos de nascença, convicção e amor, mas não é por isso não, é porque o troço é bom mesmo! Quem já viu os Papangús do Agreste ou o Maracatu Rural da Zona da Mata, quem já se se acabou nas Olindas e se enterrou no Antigo durante os 4 dias de carnaval, e os 30 que o antecede, não se espanta com qualquer carnavalzinho, não! Se estamos na Itália, abrindo mão disso tudo (hehehehe), então, que estejamos no melhor carnaval da Itália, ou pelo menos o mais famoso: Veneza!
         

         O primeiro documento oficial onde consta que o Carnaval é uma festa pública data de 1296, quando o Senado da República declarou feriado o dia que precedeu a Quaresma, mas antes, ainda em 1094, usou-se o termo "Carnevale" em um documento oficial, designando a diversão pública. Nessa época, e durante muito tempo, o carnaval durava seis semanas (início em 26 de dezembro). Vejam que maravilha! kkk Se o carnaval começava em dezembro, as prévias iniciavam quando, em outubro? #SábiosAntepassados! ;)
    
          Chegamos em Veneza de carro e, ao contrário de todos os conselhos que recebemos e dicas que pegamos na net, atravessamos a ponte que liga Mestre à Veneza (Via Libertà) de carro mesmo e paramos num edifício-estacionamento à Piazzale Roma. Tem várias garagens, não é barato, mas considerando que éramos 4 adultos e duas crianças (transporte público para 6!) e que voltaríamos exaustos depois de um longo dia de caminhada pela cidade, nos demos esse luxo, e ainda bem, porque voltamos mortinhos com farofa!

Cartazes de Carnaval!


Na Ponte dei Frari

Chiesa di San Rocco, nel Sestieri di S. Polo

Por lá :)

Numa das 400 pontes de Veneza
Eu, Ma, ponte, gôndola.... :)
A lateral da Basilica dei Frari


Por lá!

Lá!
          Em 1797, com as ocupações primeiro da França de Napoleão e depois da Áustria, o carnaval foi proibido pois os ocupadores tinham medo de revoltas e desordem. Ainda assim, existiam resquícios de carnaval nas ilhas de Murano e Burano. Só em 1979, dois séculos depois, graças aos esforços de associações, da prefeitura e dos cidadãos venezianos, o carnaval volta a ser uma festa do calendário oficial e, em pouco tempo, torna-se uma festa grandiosa!
         
Máscaras por toda parte...

... de todos os tipos e preços
 Vestindo máscaras e fantasias era possível esconder completamente a identidade, classe social, sexo, religião... assim, escondidos, os foliões de outrora podiam assumir qualquer comportamento! A saudação que se ouvia nesses tempos era apenas: "- Buongiorno, signora maschera!".
          Fantasias e máscaras tornaram-se a essência do carnaval de Veneza. Hoje, claro, encontra-se tanto megaproduções quanto caras-limpas, mas é impossível visitar Veneza e resistir às máscaras lindas, e muitas, em todo canto e a todo preço!

Fantasiaaaaassss
 
Sparrow!
 
Gandalf e Saruman

Tuco ficou louco!

          E finalmente chegamos ao nosso primeiro objetivo: A ponte de Rialto, a mais antiga e famosa ponte sobre o Canal Grande!
          Onde hoje existe a ponte de Rialto, já existiram diversas outras pontes. A primeira comunicação entre as duas margens do Canal Grande foi construída em 1181, chamava-se Ponte della moneta e era flutuante. De 1250 a 1588, foram feitas várias versões: em madeira, levadiça, fixa, etc.
          A ponte feita em pedra, como é hoje, foi construída entre 1588 e 1591. O desenho de Antônio da Ponte era tão inovador, que muitos arquitetos esperavam sua queda! Mas ela está ali até hoje, estilosa e diferente, particularmente lotada no carnaval, mas sem perder o charme!

Achomassa!

Rialto ao fundo, pequenos à frente! ;)

Ponte de Rialto, vista da gôndola!

Embarcando. Ou seria engondolando?! :o)
          Dali, resolvemos fazer um passeio de gôndola. Siiim! Porque "ir a Veneza e não andar de gôndola, não vale!" kkkk sempre ouço! É o tipo do passeio que, em geral, pulo fora! E aprendi isso em NY, indo ver a estátua da liberdade (mórroubada! Pule fora se você aguentar sem sofrer:"- Ah, foi a NY e não viu a estátua, não fez nada!" hahahahahah). Porque criamos a expectativa de andar de gôndola, tomando uma Champa (ou Ferrari, a espumante italiana delicinha!), com seu amor, ouvindo o gondoleiro cantar com voz de Andrea Bocelli "-Amoremiiiioooooo", mas a real é bem diferente! kkkkk Suuuuuper diferente!
         Bem, enfim, analisamos os prós e os contras e decidimos gondolar em grupo (bye bye Bocelli!) ;) Olha as fotos!



Passando embaixo de uma ponte... lindo!



           E então fomos tentar chegar à Piazza S. Marco, onde tem a Igreja de S. Marco, o Palazzo Ducale, o ponto mais baixo da cidade e que sempre alaga, onde rolou aquele show do pink floid que acabou em desastre (1989) e pra onde é levado Robert Langdon, de Dan Brown, para salvar a humanidade! :p Rá!
          Lo-ta-da! A cidade estava repleta de pessoas, e o trajeto que, em princípio, é fácil, tornou-se um verdadeiro desafio! Várias ruas organizadas com tráfego de mão única (tráfego de pessoas!), com direito a poliziotto de colete néon e tudo!
          Sabíamos que a praça estava na quadra seguinte (no mapa), mas devíamos procurar uma rua que nos levasse à praça... arrodeia! Enfim chegamos...

Campanile della Basilica di San Marco
De onde parte o voo da colombina, na quinta de carnaval, até a Loggia do Palazzo Ducale

NósDaqui com vovô e vovó e sem Lala!

Palazzo Ducale

Igreja San Giorgio Maggiore, numa ilha em frente à praça

Eu e a igreja do santo que é meu xará!
          E ficamos por ali, espiando os povo! :o)
          Aquela praça linda, rica, plena! Aquele friozinho bom. Ficamos escutando o burburinho que mais parecia uma música: um artista que toca algum instrumento lá longe... não se escuta motores, nem buzinas, não há trânsito! O que se ouve são passos de sapatos altos que compõe algum figurino, muitas falas e em muitos idiomas, todos os lugares do mundo tinham enviado um representante! Ouvia-se risadas, gargalhadas, os gritos das adolescentes que se encontram, aplausos para performance de alguém, o som do agito do mar batendo nas paredes... Talvez pelo fato de a essa altura eu já estar mortinhadaSilva, sentei um pouco no chão e fechei os olhos... Eu nunca mais vou esquecer dessa música de Veneza! :)
          Depois voltamos, ou melhor, começamos a voltar! kkkk Pegamos um mapa de transporte e decidimos pegar o vaporetto, tipo um busão versão pra água!

No vaporetto
 

Uma das tantas que tiramos do vaporetto!
Basilica di Santa Maria della Salute
          Chegamos no estacionamento, pegamos o carro e fomos jantar em Mestre, parte continental de Veneza. Não tínhamos nenhuma ideia de onde comer mas o TripAdvisor existe, o mundo é perfeito e todas as pessoas são felizes! kkkk Arranjamos um restaurante tudibom, com comida boa e preço justo, cujo nome eu não lembro... Um minuto de oração para todos aqueles que enviam dicas e críticas ao trip! Lol


          E você deve estar se perguntando: E aí, melhor que Olinda?
          Respondo: Nem melhor, nem pior - DIFERENTE!
          O carnaval de Veneza é lindo. Veneza é linda. Única! As fantasias são glamorosas, trabalhadas no brilho, elegantes (a temperatura permite, aliás, exige = 3°C). A música é suave, não há dança, mas não é desanimado, entende?! É diferente! Recomendo fortemente...
          Agora... aquela sensação plena de sentir o coração frevar, embaixo do dragão do Eu acho é pouco... aquela, é inigualável! :-)))))))
Até o próximo post!

2 comentários:

  1. Geeeoooo... que saudade me deu d Veneza, lendo seu post. Adorei!!! Estou louca p voltar a Veneza e Florença, com as informações de Dan Brown, pq dps q li "Inferno", cheguei à conclusão de que não conheci nada dessas duas cidades... hehe. Bjão

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    1. hahahaha A sensação de não conhecer, de que foi pouco tempo e coisas do tipo são uma realidade em mim! Li pela net que já fizeram o tour Inferno... Massa, né?! ;)

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